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sábado, 7 de maio de 2011

Guns N' Roses - 2008 - Chinese Democracy

Gênero: Industrial Hard Rock
País: Estados Unidos
Ano: 2008
Nota: 70%

Chinese Democracy não é Hard Rock e não é Guns N' Roses. Apesar disso, o álbum tem alguns bons momentos.

O Gun's N' Roses foi, sem dúvida, umas das maiores bandas da história do Rock. A combinação da voz única de Axl Rose com os riffs arrasadores e os solos melódicos de Slash não podia ser melhor. Arrisco dizer que Apetite For Destruction foi o melhor álbum de estréia já lançado. Por isso, era inevitável o choque que a saída de Slash, Duffy e Matt Sorum causou em meados dos anos 1990 (Izzy já havia deixando o Guns em 1991).

Axl, contudo, não se deu por vencido. Contando com o apoio de Dizzy, resolveu tomar o nome para si e seguir com a banda. Ainda em 1997, começou a preparar o novo álbum. Quando o trabalho finalmente saiu, em 2008, já havia passado mais de dez anos desde o início de sua produção. O seu lançamento já havia sido agendado, e posteriormente cancelado, várias vezes. Quanto mais se esperava, mais difícil se tornava para Axl corresponder as expectativas.

Com tantos anos de trabalho, Chinese Democracy credita a participação de quatro guitarristas: Buckethead, Robin Finck, Bumblefoot e Richard Fortus. Entretanto, apenas os dois primeiros chegaram a assinar composições ao lado de Axl. Ambos não estão mais na banda, que hoje conta com DJ Ashba, Blumblefoot e Fortus.

A faixa título dá início ao álbum. Após uma introdução tediosa, que dura cerca de um minuto, entram as guitarras executando um bom riff. Já na abertura fica claro que esse não é um álbum de Hard Rock. Longe de suas influências mais tradicionais, a faixa é pesada, com timbres "modernos" e vocais dobrados, sendo que a linha mais grave lembra os vocalistas de bandas Post Grunge e Nu Metal.

Schackler's Revenge começar pior. Um vocal chatíssimo no verso e um pré-refrão dançante que parece retirado de uma música do The Killers. O refrão, contudo, é supreendentemente bom. O solo coloca a música de volta a sua mediocridade.

A audição melhora sensivelmente com na terceira faixa, Better. A mais conhecida música do álbum começa também com um toque "moderno", o que nesse caso não chega a causar incômodo. O verso é excelente, mas o refrão é bem inferior. A parte mais raivosa, que antecede o solo, é ótima - os vocais agressivos caíram perfeitamente aqui. O solo é bastante melódico, fazendo o ouvite esperar mais por essa característica ao longo do álbum.

Street Of Dreams é uma típica balada ao piano do Guns N' Roses, que poderia ter saído do Use You Illusion. Aqui finalmente Axl demostra por que é considerado um grande vocalista. Uma belíssima balada com um solo à altura. Com certeza um dos pontos altos de Chinese Democracy.

If The World começa uma uma sonoridade exótica e se desenvolve de forma interessante, mas não chega a surpreender. O mesmo vale para There Was A Time, apesar dos vocais bem colocados. Catcher In The Rye, por sua vez, é mais uma boa balada com piano, mas bem inferior à Street Of Dreams.

Scraped é uma faixa bem interessante. Possivelmente a melhor investida de Axl por esses caminhos mais pesados que flertam com o Industrial Metal. Contudo, continua sendo muito distante do estilo que consagrou a banda.

Riad N' The Beduins começa com outra chatíssima introdução, mais curta, todavia, que a da faixa título. Com mais de dez anos de produção, não é possível compreender como entraram tantas músicas medianas nesse álbum.

A banda acerta novamente em Sorry, uma longa balada com clima soturno, que contou com a discreta participação de Sebastian Bach. Axl poderia ter sido mais solidário, visto que cantou como convidado em três faixas no álbum Angel Down, lançado por Sebastian um ano antes. Destaque para o baterista Frank Ferrer (o sósia do Ed Mota), que dá um show ao final da música. Frank é um dos destaques dessa gigantesca equipe recrutada por Axl, e se sai muito bem ao vivo.

I.R.S. é outra faixa que agrada, porém sem muito destaque. A faixa seguinte, Madagascar, já é bastante conhecida do público brasileiro, pois havia sido apresentada no Rock In Rio 3, em 2001, numa performance horrorosa.

This I Love é a última balanda do disco. Uma grande e dramática canção que poderia ter saído de um musical da Broadway. Axl dá um show nessa faixa. Parece claro que Chinese Democracy tem muito mais força das baladas do que nas faixas mais pesadas. Se todo o álbum tivesse essa qualidade, a banda teria sido muito bem sucessedida nesse retorno ao estúdio.

O álbum fecha com a boa Prostitute, que alterna vários momentos nos seus mais de seis minutos.

Ao findar a obra, a sensação é de que Axl ainda não decidiu que direção seguir com a banda. Esse definitivamente não é o álbum que os fãs esperavam e não justifica a espera. Um álbum bastante irregular, onde boas baladas se misturam com uma espécie de Industrial Hard Rock mal resolvido.

Teria sido mais honesto se Axl tivesse assumido uma carreira solo.

Tracklist:
01 - Chinese Democracy
02 - Schackler's Revenge
03 - Better
04 - Street Of Dreams
05 - If The World
06 - There Was A Time
07 - Catcher In The Rye
08 - Scraped
09 - Riad N' The Beduins
10 - Sorry
11 - I.R.S.
12 - Madagascar
13 - This I Love
14 - Prostitute

Line-up:
W. Axl Rose (vocais, backing vocal, teclados, piano, guitarra, produção)
Dizzy Reed (teclado, piano, sintetizador)
Buckethead (guitarra base e solo)
Ron "Bumblefoot" Thal (guitarra base e solo)
Robin Finck (guitarra base e solo, teclados)
Paul Tobias (guitarra base, piano)
Richard Fortus (guitarra base, backing vocals)
Tommy Stinson (baixo, backing vocals)
Chris Pitman (teclados, programação, sub bass, backing vocals, baixo, violão de 12 cordas, mellotron)
Bryan "Brain" Mantia (bateria, percussão)
Frank Ferrer (bateria, percussão)
Josh Freese (arranjos de bateria nas faixas 4, 6, 9 e 14)

Um comentário:

  1. Bem como eu falei pro Mateus: é um Industrial Hard que não se justifica, nem tem nada a ver com o Guns n' Roses, que pra mim, sinceramente soa muito mais com o Velvet Revolver, do que com o Axl's New Guns.....
    As influencias de Nine Inch Nails, por exemplo, que foram um dos motivos de Slash, Duff e Matt Sorum saíssem da banda no período de 93-95, foram, enfim, colocadas no "guns n' roses (2010)"
    Outra coisa notavel é que com a saída dos nomes clássicos da banda, Axl pode conceber músicas com infindaveis letras, e longos vocais, e com curtas guitarras...
    Assino em baixo o que Steven Adler, baterista original, disse quando viu o show deste "Chinese Guns": Pq três guitarristas, quando todos eles se esforçam para parcer com Slash e Izzy...
    Triste!
    vou na mesma nota!

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